De olho no incremento das vendas de Natal, em breve o comércio varejista deve iniciar a temporada de contratações de temporários. Conforme projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cerca de 122,9 mil vagas devem ser criadas este ano entre setembro e novembro. Embora esse número seja 1,8% mais alto do que o total de contratações no mesmo período de 2012, tal variação é menor do que a registrada no ano passado, quando houve um salto de 3,2% na geração de empregos temporários em relação a 2011.
De acordo com o economista da CNC Fábio Bentes, o crescimento previsto nas vendas também deverá ser menor do que o ano anterior, em 4,5%. No mesmo período do ano passado o volume de vendas cresceu 8,1%. "As vendas no varejo este ano estão mais fracas, tanto que tivemos o pior primeiro semestre dos últimos 10 anos, com crescimento de apenas 3%. Mas como o Natal utiliza muita mão de obra a gente não pode falar em crise, é apenas um ajuste mais fraco", analisa Bentes.
Ele ainda lembra que a comparação das contratações e vendas do Natal de 2013 com o de 2012 também está sujeita a variações que fogem um pouco da regra de outros anos. "Em 2012 muito do crescimento para o Natal foi por causa da redução do IPI. Foi acima do normal."
Entre os ramos mais impactados pela demanda de contratações de fim de ano, o destaque, como já ocorreu em anos anteriores, é o de vestuário, com previsão de abertura de 69,5 mil vagas e respondendo por 56,5% do total de postos de trabalho criados. Em seguida devem vir os segmentos de hiper e supermercados com 27,7 mil vagas (22,5% do total) e de móveis e eletrodomésticos com 12 mil (9,8%).
Apesar de absorver apenas 4,4% das vagas, o segmento de farmácia e perfumaria deve registrar o maior crescimento na criação de empregos temporários, 5,3% na comparação com o Natal de 2012. "É um dos setores com maior crescimento de vendas no varejo", destaca o economista da CNC.
Já os destaques negativos são para os ramos de informática e comunicação e artigos de uso pessoal, que deverão registrar, respectivamente, quedas de 0,1% e 1,1%, na geração de vagas temporárias. "Pelo impacto da alta do dólar nos preços desses produtos", explica Bentes.
As contratações para o Natal esse ano deverão responder por mais da metade do total de vagas temporárias previstas para todo o ano, cerca de 210 mil. E para muitos trabalhadores o contrato temporário pode ser a oportunidade de se estabilizar no emprego. Mas também de acordo com Bentes, desta vez, menos gente deverá ser efetivada. "Geralmente 15% são absorvidos, mas para este Natal a expectativa é de 12%."
Paraná
Apesar da Associação Comercial do Paraná (ACP) ainda não ter números fechados, a projeção de contratações e vendas para o Natal é de crescimento maior do que o mesmo período de 2012, seguindo em direção oposta da previsão nacional. "A mão de obra no comércio vem se mantendo e acredito que o crescimento de contratações deve ser maior. Até porque a economia do Paraná vem registrando alta acima da média nacional", disse Claudio Shimoyama, consultor da entidade.
A Associação Comercial de Londrina (Acil) também não conta, ainda, com a estimativa de vendas ou de contratação para o final do ano, mas segundo o diretor da entidade, Marcelo Ontivero, a criação de vagas temporárias deve ser menor na cidade. "Vai dar uma desacelerada com relação ao ano passado, uma alta mais cautelosa. Mas vai haver, sim, muitas contratações."
Fonte: Folha de Londrina, 27 de agosto de 2013; fetraconspar.org.br