Assista e saiba como foi o evento.
Os impactos da reforma trabalhista foi tema da 14ª Jornada Nacional de Debates, lançada nesta quinta (27), em São Paulo, pelas Centrais Sindicais e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O evento, realizado no auditório da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, recebeu representantes de diversas entidades sindicais, que debateram sobre como as reformas neoliberais do governo Temer afetam os direitos do trabalhador. Os sindicalistas também amadureceram a definição dos caminhos a seguir, a fim de barrar a implementação da reforma trabalhista e impedir o avanço da precarização.
A atividade ocorreu simultaneamente em Manaus, Vitória, Campo Grande e Belém.
Clemente Ganz Lúcio orienta sindicalistas: "A resistência começa nas campanhas salariais"
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, abriu a jornada alertando que já estão ocorrendo iniciativas por parte do patronato, que visam aplicar as novas regras antes mesmo que elas entrem em vigor – o que deve ocorrer a partir de novembro. Ele orienta que a resistência deve começar nas campanhas salariais em curso.
“Apesar dos Sindicatos conquistarem melhores salários nas datas-bases, o facão vem pela rotatividade. O patrão demite e contrata de forma frenética, para impor salários mais baixos. Com isso, o aspecto principal da negociação deve ser a defesa dos direitos”, afirma.
Golpe - Para Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, a luta dos trabalhadores “está vivendo um novo ciclo no País”. “O golpe que foi aplicado tinha como objetivo diminuir o custo do trabalho, atingir a democracia, as entidades sociais e a soberania nacional”, enfatiza.
O representante da CUT, Pedro Amaral, ressaltou que a reforma trabalhista tem um efeito de nivelar as conquistas sindicais por baixo. “A CLT passou a ser o teto dos direitos e não mais o Piso. Já vemos, mesmo antes dela entrar em vigor, empresas públicas e privadas colocando em prática as novas regras. Já querendo renegociar acordos e contratos”, observa.
“Nós viemos de uma jornada memorável de luta dos trabalhadores brasileiros, que deve continuar do ponto de vista coletivo. Esse temer não tem palavra, não tem honra. Está aí pra destruir o Brasil e os direitos trabalhadores. Ele tem que ser derrubado ou irá destruir o País”, destaca o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira).
Segundo Josimar Andrade, diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, filiado à UGT, o momento requer do sindicalismo capacidade para “entender, compreender e sair para a ação de forma organizada. Agora, o enfrentamento passa a ser mais firme e com frequência. A UGT sempre chamou para ações unitárias”.
Unidade - O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, Josinaldo José de Barros (Cabeça), frisou que a jornada tem o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o conteúdo da reforma que acaba com a CLT e buscar meios unitários de enfrentamento das maldades apoiadas por Temer, Fiesp e Congresso Nacional.
Josinaldo José de Barros (Cabeça), vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos
“Quanto mais a gente conhece o conteúdo da reforma trabalhista mais fica revoltado com os cortes nos direitos dos trabalhadores. Nem a ditadura atacou tanto os trabalhadores e o sindicalismo”, diz Cabeça.
Atividades - A 14ª Jornada Nacional de Debates já tem confirmada mais quatro encontros: Itapema, em Santa Catarina, dia 1º de agosto; Curitiba, dia 3; Salvador, dia 4; Belo Horizonte, dia 9.