A Justiça Estadual devolveu, na terça-feira, o diretório municipal do PMDB em Curitiba para o senador Roberto Requião. Ele foi deposto do cargo em junho, quando o deputado federal Osmar Serraglio, presidente da sigla no Paraná, autorizou a intervenção em 70 diretórios em todo o Estado. A medida estava embasada em uma resolução que obrigava as representações municipais do PMDB a elegerem no mínimo 10% dos vereadores nas suas cidades. Em Curitiba, a sigla elegeu apenas uma vereadora dos 38 parlamentares da Câmara Municipal.


O juiz César Ghizoni, da 14ª Vara Cível de Curitiba, entendeu que não foi garantido a Requião o direito à ampla defesa. "Não foi dada prévia ciência da existência de pedido formal de intervenção. Não foi dada ciência da abertura do processo de intervenção. Não houve intimação para apresentação de defesa e produção de provas e não lhe foi facultado acompanhar todos os atos processuais e ter vista e cópias do processo", apontou Ghizoni. Na decisão, o juiz anulou a intervenção e decretou ser válida a convenção municipal realizada em julho pelo senador.

A chapa "Governador Requião" concorreu sozinha nessa eleição interna, substituindo o senador pelo professor Altino Chagas Loureiro. O interventor escolhido por Serraglio, Stephanes Júnior, disse ontem à imprensa que a decisão não impede uma nova intervenção no PMDB de Curitiba. "Será dada a ampla defesa, mas não muda a determinação do partido. Requião nunca mais", afirmou o deputado estadual. A disputa reafirma o "racha" vivido pelo partido no Paraná, com um grupo ligado ao ex-governador, outro formado por deputados estaduais que apoiam Beto Richa (PSDB) e um terceiro com os correligionários de Orlando Pessuti.


Fonte: Folha de Londrina, 22 de agosto de 2013; fetraconspar.org.br