Empresas têm dificuldade para atrair e manter os melhores talentos em um ambiente de trabalho flexível. Recrutar, selecionar e entrevistar candidatos é um processo caro. Agora, imagine se a contratação de funcionários fosse algo tão fácil e agradável como nos filmes? Pensando nisso, a Forbes reuniu dicas tiradas dos filmes e das biografias de dois dos maiores cineastas da atualidade: Quentin Tarantino, indicado a vários prêmios por “Pulp Fiction”, “Kill Bill 1 e 2”, “Bastardos Inglórios” e “Django Livre”, e Paul T. Anderson, nomeado duas vezes ao Oscar de melhor roteiro original por “Boogie Nights” e “Magnólia”.

 

1 - Conecte candidatos talentosos a pessoas que reconhecem talento — Muitas vezes, os bons candidatos, com as habilidades certas para o trabalho são rejeitados antes mesmo de fazerem a entrevista. Sorte de Tarantino que o script de "Cães de Aluguel" ("Reservoir Dogs", em inglês) foi entregue ao ator Harvey Keitel, que salvou o filme. Após ler o roteiro, Keitel não só incentivou a realização do projeto, como estrelou o filme, o primeiro da carreira de Quentin Tarantino, que incorpora elementos que viriam a se tornar marcas registradas do diretor, como crimes violentos, referências à cultura pop, narrativa não-linear, trilha sonora eclética e constante uso de palavrões em seus diálogos. Quando talento e habilidade são apreciados e admirados por outros, isso facilita que um candidato consiga a vaga. Afinal, é sabido que recomendações e indicações de colegas contam muito mais pontos do que qualquer palavra-chave usada em um currículo

 

2 - Bons funcionários sabem o bastante sobre o trabalho, mas os grandes funcionários sabem tudo sobre ele — Anderson e Tarantino são célebres alunos "classe A", têm vasto conhecimento de cinema e ambos são autodidatas. Eles inspiram outras pessoas com suas ideias e continuam criando filmes incríveis. Será que seus candidatos sabem a história do seu negócio? E sobre a história da profissão que praticam? Quais as tendências que um candidato acredita que poderiam afetar o negócio? A quem o candidato admira profissionalmente e por quê? Perguntas como estas devem ser feitas para qualquer pessoa. Rejeite os candidatos que dão respostas “médias”.

 

3 - Se uma pessoa quer estar em outro lugar, ser o mais inteligente do escritório não vai ajudar — Seus candidatos são animados com o que eles fazem? Será que eles realmente se preocupam com a qualidade do trabalho ou apenas querem melhores salários? Estudos têm demonstrado que incentivos não necessariamente motivam os funcionários a trabalhar melhor. Então, como motivá-los? Se você é Paul Anderson, saber que os outros se preocupam com os filmes tanto quanto ele é extremamente importante. Já Tarantino acredita que ter pessoas de qualidade em seus filmes é uma necessidade absoluta. Seja cauteloso em julgar um livro pela capa. Ser apaixonado pelo trabalho é diferente do que ser uma líder de torcida. Este é um erro comum cometido ao se entrevistar os introvertidos, por exemplo.

 

4 - Abrace singularidades — Personalidades criativas podem ser excêntricas e podem achar o processo de entrevista difícil. Anderson e Tarantino são conhecidos por sua excentricidade ocasional ou por estranhezas em seu comportamento ou aparência. A principal marca de Anderson é seu cabelo despenteado. Já Tarantino é famoso por seu estilo de falar sempre animado. No entanto, estes tipos de comportamentos e maneirismos podem ser prejudiciais durante uma entrevista. Embora as empresas dizem procurar pessoas de mente aberta, que pensam fora da caixa, estes são muitas vezes removidos no processo de seleção.

 

5 - Use a força para eliminar fraquezas — E qual é a melhor maneira de encontrar um Tarantino ou Anderson? Usar um departamento de RH eficaz em recrutar candidatos proativos é um grande primeiro passo. Depois, ao envolver gerentes de departamento e membros da equipe, em conjunto com os procedimentos tradicionais de RH, certamente sua empresa terá um elenco de "grandes personagens".

 

 

 

 

Fonte: O Globo, 08 de maio de 2014; fetraconspar.org.br