O Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, afirma que proposta de reforma da Previdência apresentada às Centrais Sindicais na segunda (5) pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP) é um engodo.

"Esta proposta é totalmente descabida. Vai totalmente contra o trabalhador e não resolve o problema da Previdência. Impor uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria e aumentar o tempo de contribuição é condenar os trabalhadores a não se aposentarem", denunciou.

Em entrevista à Agência Sindical, Miguel Torres disse que o governo fez um jogo de cena ao chamar as Centrais ao Palácio do Planalto para apresentar um pacote pronto e não propostas para negociação. "Foi uma reunião pra nada. Oficialmente ele nem deu os detalhes do que ia fazer. Falou por cima a respeito da idade de 65 anos, tudo muito superficial", destaca.

O sindicalista lembra que o governo tem em mãos – mas não está levando em conta – propostas viáveis para equilibrar o caixa da Previdência e retomar o crescimento, que foram apresentadas pelo movimento sindical. Ele cita, como exemplo, o Programa de Renovação da Frota de Veículos. 

"Eu cobrei do presidente Temer a respeito desse programa. O governo precisa ter, junto com a reforma, propostas de retomada do desenvolvimento e geração de emprego. Não é retirando direitos do trabalhador que a Previdência será salva", explica o dirigente.

Para Miguel Torres, a hora é de união e mobilização. "Vamos mobilizar os trabalhadores e pressionar deputados e senadores para que mudem o projeto" afirma.

Nota - Na quarta (7) o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes divulgou uma nota, condenando o projeto de reforma da Previdência.

"Mexer nas regras das aposentadorias especiais, reduzir o valor da pensão por morte e nos benefícios de prestação continuada, desvinculando-os do salário mínimo, igualar tempo de contribuição de homens e mulheres é muita injustiça", diz um trecho da nota. 

 


Fonte: Agência Sindical, 09 de dezembro de 2016fetraconspar.org.br