por Fernanda Perrin



A Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo) apresentou nesta terça-feira (18) uma agenda de propostas para o BNDES para alavancar dinheiro para o setor. Entre as medidas sugeridas no documento está a não devolução antecipada de recursos do BNDES para o Tesouro Nacional, um dos modos previstos pela equipe econômica do governo Michel Temer para alcançar a meta fiscal. Para a entidade, esses recursos deveriam ser redirecionados para crédito à indústria, na forma de capital de giro, emissão de debêntures e refinanciamento de dívidas vencidas com o banco, por exemplo. A divulgação ocorreu em encontro entre Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Maria Silvia Bastos Marques, presidente do BNDES, na sede da entidade, em São Paulo, diante de um público de empresários e associações setoriais. Maria Silvia afirmou que a agenda da Fiesp é a "agenda do BNDES", mas já rebateu alguma das propostas. "Do ponto de vista do país, essa devolução [para o Tesouro] é essencial para diminuir a dívida pública e retomar a confiança", disse a presidente do banco. "Temos que ter cuidado porque subsídio não resolve tudo", afirmou. Aumento do limite do cartão BNDES para pequenas e médias empresas e retorno à exigência de conteúdo local mínimo de 60% para financiamentos concedidos pelo banco são outros itens da agenda da indústria. CONCESSÕES Com o novo pacote de concessões lançado pelo governo, o BNDES deve recuperar o papel protagonista que teve na época das privatizações dos anos 1990, afirmou Maria Silvia. "Vamos atuar de modo completo, da contratação do consultor [para desenhar o projeto] ao contrato de concessão", afirmou. O leilão de distribuidoras, da Lotex e de projetos de financiamento já está sendo feito nesses moldes, disse. Ela reconheceu, porém, que o governo terá problemas para atrair investidores no atual cenário econômico. "Nesse primeiro momento acreditamos que o mercado privado não virá da forma que queríamos que viesse", disse. Ela voltou a falar do programa de concessões estaduais com foco em projetos de saneamento, cuja adesão está sendo grande, diz. Eficiência energética, iluminação pública e resíduos sólidos devem ser as próximas prioridades do banco.




Fonte: Bem Paraná / Folhapress, 19 de outubro de 2016fetraconspar.org.br