Seis centrais sindicais do país pretendem reunir ao menos 40 mil trabalhadores na "8ª Marcha da Classe Trabalhadora", marcada para quarta-feira em São Paulo.
O objetivo da manifestação é pressionar o governo e o Congresso Nacional a avançar na pauta de interesse dos trabalhadores e discutir reivindicações como: redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução salarial; fim do fator previdenciário, a correção da tabela do Imposto de Renda e reajuste para os aposentados.
Como as centrais farão separadamente as comemorações do 1º de Maio deste ano, a ideia é aproveitar a marcha para fazer uma espécie de "antecipação" da data com os pontos que são comuns na agenda de cada uma delas.
Com o slogan "Por mais direitos e qualidade de vida", os manifestantes vão se reunir a partir das 10h de quarta-feira na praça da Sé (região central de SP) e seguem em passeata até o vão livre do Masp, na avenida Paulista.
Pautas
De acordo com Miguel Torres, presidente da Força Sindical, a última marcha realizada no ano passado em Brasília reuniu entre 40 mil e 50 mil pessoas.
"A meta é repetir esse número ou superar", diz o sindicalista. "A nona alta consecutiva de juros e a política econômica que o governo adota já têm consequências nas fábricas, que encolhem a produção e cortam empregos."
CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CGTB e NCST querem também discutir a manutenção da política de valorização do salário mínimo, cujo sistema de reajuste (correção combina crescimento do PIB do país e inflação) está previsto para acabar em 2015.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou recentemente que, com exceção da redução da jornada e do fim fator previdenciário, que devem ser discutidos a logo prazo, as demais reivindicações da pauta podem ser negociadas agora.
Eleições
As centrais querem aproveitar o calendário eleitoral para conseguir avançar em alguns pontos da pauta que foram definidas conjuntamente há cerca de quatro anos em um congresso que reuniu sindicalistas das várias entidades.
Com a recente queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff e impactos negativos de casos como o da Petrobras, os sindicalistas sabem que o governo federal deve reconstruir "as pontes" com as centrais para se preparar para disputar a reeleição.
"Vamos cobrar do governo o andamento da pauta da classe trabalhadora", diz Wagner Gomes, secretário-geral da CTB.
"Todas essas reivindicações fundamentais para os trabalhadores já foram entregues ao presidente da Câmara e ao governo federal. Mas não recebemos retorno, não avançamos."
Para Ricardo Patah, presidente da UGT, "independentemente das diferenças entre as organizações sindicais, o foco principal é a defesa da classe trabalhadora. Por isso, a central está empenhada em levar um grande número de trabalhadores e trabalhadoras para participar da marcha".
O que está na pauta das centrais sindicais:
- Redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salário
- Fim do fator previdenciário
- Manutenção da política de valorização do salário mínimo
- Rejeição pelo Congresso do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização para diversos etapas da produção
- Correção da tabela do Imposto de Renda
- 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para educação pública
- 10% do Orçamento da União para a saúde pública
- Realização da Reforma Agrária
- Ratificação da convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que impede a demissão imotivada, a regulamentação da convenção da OIT que estabelece a negociação coletiva no serviço público
- Em defesa das Convenções 151 e 158 da OIT
- Valorização das aposentadorias
- Fim dos leilões do petróleo
- Transporte público de qualidade
Fonte: Bem Paraná, 08 de abril de 2014; fetraconspar.org.br