por Adriane Werner



Vivemos numa sociedade tão competitiva, que isso faz com que as pessoas tentem competir até mesmo nas tragédias. Verdade! Se alguém conta que está com dor de cabeça, o outro sempre tem uma dor mais aguda para comentar. Se alguém conta que bateu o carro, o outro sempre tem um acidente mais espetacular pra contar. Observe e veja se isso não é até engraçado.


Essa competitividade se manifesta também quando as pessoas priorizam o ‘ter’ em vez de o ‘ser’. Aparelhos de telefone celular, carros, acessórios, muitas vezes são objetos e competição de pessoas que querem demonstrar ser (ter) mais do que o outro. Ou, pior ainda, querem demonstrar ser (ter) mais do que realmente são (têm). Como diz um ditado popular, “comem frango e arrotam faisão!” São mais forma do que conteúdo.


Para sermos companhias agradáveis no nosso ambiente de trabalho, uma das características mais desejáveis e difíceis de desenvolvermos é a habilidade de saber ouvir. Quase todos nós somos péssimos ouvintes, porque essa mesma sociedade que nos impele a competir os força a falar o tempo todo, para impormos nossa presença. Convém uma autocrítica sincera para analisarmos até que ponto somos bons ouvintes. O grande Rubem Alves já alertava há anos que muitos procuram cursos de Oratória, mas ninguém estava à procura de cursos de “Escutatória”.


É uma habilidade a ser desenvolvida com treino. Quando alguém vier conversar, contar-lhe algo, volte-se inteiro para ouvir a pessoa. Largue o computador, olhe para o colega. Incentive-o a falar com a chamada “escuta ativa” – perguntas que motivam a pessoa a contar suas histórias e que demonstram interesse sincero no que ela tem a contar. Evite interromper para contar suas próprias histórias. Experimente ouvir! Você poderá se surpreender...



* Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.




Fonte: Bem Paraná, 22 de agosto de 2016fetraconspar.org.br