Além disso está menos satisfeito com a vida, segundo levantamento divulgado pela CNI

 

O brasileiro teme mais o desemprego e está menos satisfeito com a vida. Foi que revelou a pesquisa trimestral Termômetros da Sociedade Brasileira divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice do Medo do Desemprego (IMD) aumentou 0,8% entre dezembro de 2013 e março deste ano, ao passar de 73 pontos para 73,6 pontos. O Índice de Satisfação com a Vida (ISD) recuou 1% no mesmo período, caindo de 103,2 pontos para 102,2 pontos. 

 

No entanto, o medo do desemprego ficou pior ainda ao comparar março deste ano com o mesmo mês do ano passado. Neste período o IMD subiu 6,7%. Para o economista e especialista de política e indústria da CNI, Marcelo Souza Azevedo, o que faz o brasileiro estar com medo de perder o emprego é o receio em relação à atividade econômica do País e o noticiário ‘’carregado’’ com informações sobre inflação e baixo crescimento econômico. 

 

Além disso, há perspectivas pessimistas por parte dos trabalhadores que foram contratados para empregos temporários para a construção de estádios de futebol e obras de infraestrutura para a Copa do Mundo. ‘’Isso tudo vai contaminando as expectativas em relação ao emprego’’, disse. 

 

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, acredita que o crescimento menor da economia, o aumento dos juros e os reflexos da inflação têm feito as pessoas temerem mais o desemprego. Além disso, os escândalos políticos e o ano eleitoral também acabam gerando mais insegurança, segundo ele. 

 

Apesar do temor do desemprego, Silva disse que os indicadores do mercado de trabalho continuam sendo positivos. Ele lembrou que a geração de emprego do início do ano é melhor que a do final do ano passado. No primeiro bimestre do ano, o Paraná gerou 38.406 empregos e teve um crescimento de 1,42%. No Brasil, o crescimento do índice foi de 0,74% com a criação de 302.190 vagas. Em 2013, o País gerou 1,117 milhão de vagas com crescimento de 2,82% e o Paraná criou 90.349 empregos, o que significou um crescimento de 3,5%. 

 

Silva lembrou que o emprego no Paraná vem crescendo mais que no Brasil desde 2010 em função da diversificação da economia que tem como pontos fortes, além da agroindústria, os setores de vestuário, metalúrgica, madeira e mobiliário e as montadoras. Ele acredita que há a possibilidade de fechar 2014 com a geração de empregos maior que em 2013. 

 

O economista do Dieese também prevê que pode diminuir o temor do desemprego ao longo do ano. O último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a taxa de desemprego em fevereiro no Brasil era de 5,1%. Já o economista da CNI acredita que existe tendência de piora do medo de perder o emprego em função da expectativa em relação ao crescimento da economia. A pesquisa foi realizada entre 14 e 17 de março com 2.002 entrevistas em 141 municípios.

 

 

 

 

Fonte: Folha de Londrina 07 de abril de 2014; fetraconspar.org.br