A ideia de criar uma Previdência “paralela”, surgida dia 28, na reunião do Grupo de Trabalho que debate eventual  reforma previdenciária, não está amadurecida e foi colocada apenas como forma de fazer os debates avançarem.

Assim avalia o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, que assessora as Centrais Sindicais nas discussões com o governo interino. A Agência Sindical abordou o tema com o sociólogo, na última sexta (1º).
 

“As discussões sobre a Previdência são permeadas pela apreensão de quem já está no mercado. Ao falar numa Previdência que não atingiria os atuais contribuintes, com novas regras, acreditamos que as discussões poderiam avançar, sem, naturalmente, perder de vista direitos que são caros à classe trabalhadora”, afirma Clemente.
 

Segundo o jornal Valor Econômico, da sexta, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB manifestaram a possibilidade de aceitar a criação de uma nova Previdência aos nascidos após 2001. A iniciativa contemplaria mudanças propostas pelo governo interino, como o aumento da idade mínima para conceder aposentadorias, além de tornar o sistema mais inclusivo à população que se encontra fora do guarda-chuva previdenciário.
 

Na avaliação do diretor-técnico do Dieese, a Previdência Social faz parte da vida das pessoas e, por isso, qualquer proposta deve ser debatida amplamente pela sociedade. “Os cidadãos devem participar das discussões sobre a Previdência, junto aos Poderes e partes envolvidas. É assim, acreditamos, que uma nova proposta deve ser discutida”, completa.
 

UGT - Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores, afirmou à Agência que as Centrais estão dispostas a analisar alternativas capazes de dar sustentabilidade ao sistema previdenciário - ante os dados demográficos e o aumento da expectativa de vida da população.
 

“Estamos dispostos a discutir um novo sistema, que contemple as mudanças exigidas pelo desenvolvimento do País. Porém, nem um novo sistema, nem o atual será discutido até que nossas propostas para uma Previdência sustentável sejam consideradas pelo governo”, destaca o ugetista.
 


Sindicalistas e governo debatem mudanças na Previdência



 


Fonte: Agência Sindical, 5 de julho de 2016fetraconspar.org.br