Desde 2007, o saldo do setor é de mais de 177 mil postos de trabalho, menor apenas que o de São Paulo
O Paraná só perde para São Paulo no saldo de empregos industriais gerado de janeiro de 2007 a fevereiro deste ano, período disponível para consulta no site do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em números absolutos, o Estado foi o segundo da Federação que mais criou vagas na indústria de transformação. O saldo de São Paulo no período foi de 376.658 postos de trabalho contra 177.538 do Paraná.
Na sequência, vêm Minas Gerais, com 175 mil vagas, o Rio Grande do Sul, com 150.287, e Santa Catarina, com 149.813. Em sexto lugar, está o Rio de Janeiro, com 104.005 novos empregos no período. O saldo de emprego do Caged é o resultado da subtração entre o número de admissões e o de demissões em determinado período.
Quando a conta é feita de forma proporcional ao total de vagas criadas em todos os setores da economia, o Paraná também fica em segundo lugar. Mas, desta vez, perde para Santa Catarina. As 177.538 vagas industriais paranaenses representam 23,7% de um saldo total de 747.483 empregos. Já em Santa Catarina, o saldo industrial foi de 149.813 postos de trabalho, 27% do total de 553.649.
Os números do Caged mostram que a força da indústria paranaense está no setor alimentício e de bebidas, que gerou um terço das vagas industriais nesses sete anos. As indústrias do segmento de produtos farmacêuticos, veterinários e de perfumaria participaram com 10% dos empregos gerados. Os setores metalúrgico e têxtil apresentam esta mesma proporção cada.
Para Hélio Schorr, diretor do abatedouro de frango Belafoods, os números comprovam o "dinamismo do agronegócio" do Paraná. "O crescimento nos empregos da agroindústria é um processo natural da evolução desse setor fantástico que é o agronegócio no Estado. Estamos evoluindo de um Estado produtor e vendedor de commodities para um Estado que produz e vende produtos processados", afirma.
Schorr ressalta que está cada vez mais difícil conseguir mão de obra para o setor. "A Belafoods (cuja sede é em Jaguapitã) está procurando colaboradores em municípios até 80 quilômetros distantes", declara. Desde que foi comprado pelo grupo Belagrícola, há 18 meses, o abatedouro aumentou o número de funcionários em 69%, de 650 para 1.100. "Abatíamos 65 mil cabeças de aves. Implantamos um turno novo e agora abatemos 130 mil. Ainda pretendemos crescer para 150 mil neste ano, o que deve gerar outros 200 novos postos de trabalho", conta. Segundo ele, o salário inicial no setor é de R$ 1.000.