por Gustavo Uribe



Reagindo ao novo tom adotado pelo Itamaraty, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (16) que o ministro José Serra tem disposição de estabelecer acordos "profundamente lesivos ao interesse nacional". Para ela, o novo comando da Chancelaria brasileira "é tradicionalmente submisso às grandes potências" não tem "autoridade política ou moral" para invocar o princípio da soberania. Ela o acusou de praticar ingerência nos assuntos internos de outros países da América Latina. Segundo ela, em nota divulgada nas redes sociais, os governos de países latino-americanos estão preocupados com as "ameaças que o novo ministro recorrentemente fez ao Mercosul".


"Governos e povos da América Latina estão preocupados com ameaças que o ministro recorrentemente fez ao Mercosul e com sua disposição de estabelecer acordos econômicos e comerciais profundamente lesivos ao interesse nacional". Dilma Na sexta (13), o novo chanceler rebateu em termos duros as críticas feitas ao processo de impeachment por Cuba, Venezuela, Equador, Nicarágua e Bolívia, tradicionalmente aliados da administração petista. O Itamaraty emitiu duas notas rechaçando o que chamou de "falsidades" propagadas pelos países. A reportagem apurou que o próprio Serra ajudou a redigir as notas, em tom muito acima do habitual comedimento diplomático. Segundo a presidente afastada, as notas foram emitidas na "tentativa de justificar o ataque ao estado democrático de direito". Ela agradeceu ainda a solidariedade de países estrangeiros contra seu afastamento do cargo. "A reação de governos estrangeiros e de importantes setores da opinião pública mundial expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica aqui montada", disse.





Fonte: Bem Paraná / Folhapress, 17 de maio de 2016; fetraconspar.org.br