por Bruno Villas Bôas
Com a retração do consumo e dos investimentos no País, a produção da indústria brasileira caiu de modo generalizado em fevereiro. Naquele mês, 11 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE produziram menos em comparação a janeiro. Principal parque fabril do País, São Paulo viu sua produção cair 2,1% na passagem de janeiro para fevereiro, ritmo abaixo da média brasileira (2,5%). Mesmo assim, foi o pior mês de fevereiro da indústria de São Paulo em toda a série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002. Frente a fevereiro de 2015, a produção paulista recuou 12,3%, puxada pelos ramos de automóveis (-25,1%) e de máquinas e equipamentos (-24,6%).
Mas o perfil foi disseminado, com 13 das 18 atividades em baixa. O nível de produção da indústria de São Paulo é o mesmo de agosto de 2003, o que ajuda a dar uma dimensão do tamanho da crise enfrentada. Cortar a produção, além de reduzir empregos, é uma forma do setor se ajustar ao menor ritmo da demanda. Conforme dados divulgados nesta quinta-feira (7), os Estados com queda mais intensa foram Bahia (-7,9%) e Amazonas (-4,7%).
A produção no Estado da Bahia havia avançado em dezembro e janeiro, período em que acumulou uma lata de 8,5%. Parte dessa alta foi apagada. Também tiveram forte queda na produção os Estados de Santa Catarina (-3,3%) e Ceará (-2,8%). As exceções no mês foram os Estados de Pará (6,2%), Espírito Santo (5,3%) e Goiás (4,1%), segundo os dados divulgados pelo IBGE. Os dois primeiros têm em comum forte presença da atividade extrativa mineral, que teve um avanço de 0,6% na passagem de janeiro para fevereiro na média nacional. Na comparação a fevereiro de 2015, 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE registraram retração na produção.
Fonte: Folha de Londrina / Folhapress, 8 de abril de 2016; fetraconspar.org.br