A tortura do aviso prévio: é possível – e necessário! – manter o profissionalismo.
Mais importante do que causar uma boa impressão ao iniciar em um novo emprego, é deixar um rastro de profissionalismo ao se desligar de uma empresa.
Não importa se você foi demitido ou se pediu demissão. Nos dois casos, manter a dedicação nos fatídicos dias de aviso prévio é um desafio a que a grande maioria dos trabalhadores não está preparada. Convenhamos: como é que você vai chegar sorrindo, trabalhar com afinco, se sabe que dali a alguns dias seu lugar não será mais ali?
É claro que o profissional demitido de uma empresa tem mais motivos para se desmotivar do que aquele que pediu demissão. A pessoa que é desligada tem, normalmente, o orgulho ferido, e é difícil trabalhar com disposição quando se sabe que, de repente, seu trabalho não é mais necessário, desejado ou possível.
Mas, mesmo quando é o próprio profissional quem pede demissão, o sentimento também é de “desaceleração”. Afinal, algum motivo levou a pessoa a querer sair da empresa: um novo emprego, um salário melhor, o desejo de empreender ou algum desacordo com a empresa atual. Tudo isso traz a vontade de que o doloroso período do aviso prévio passe logo. Consequentemente, a tendência é de baixa do rendimento no trabalho.
É fácil dizer que o profissionalismo deve estar acima dessas questões de desmotivação ou desânimo no trabalho. Levar o otimismo, a garra e a dedicação para a prática nos dias da ‘reta final’, no entanto, não é assim tão simples. Nessas horas, o profissional deve tentar, com todas as forças, manter a boa-vontade, o sorriso, a disposição. Por um simples motivo: plantar boas sementes para o futuro.
Mais importante do que causar uma boa impressão quando se ingressa em um novo emprego é deixar uma marca forte quando se desliga desse trabalho. É nos dias que antecedem a despedida que devemos deixar gravadas na empresa nossa imagem e postura profissional. Se trabalharmos com falta de vontade, a marca será a falta de profissionalismo. Se, ao contrário, demonstrarmos garra, colegas, chefes e patrões irão se lembrar de nossa competência.
Conseguir, por exemplo, uma boa carta de recomendação do antigo emprego, ou mesmo um programa de coaching e recolocação financiado pela empresa que está desligando o profissional são exemplos de reconhecimento que podem facilitar a entrada em um novo emprego. Mas isso é possível apenas para os profissionais que deixam bons rastros por onde passam.
Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.
Fonte: Bem Paraná, 28 de março de 2016; fetraconspar.org.br