THAIS ARBEX SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, criticou as recentes ações do juiz Sergio Moro e afirmou que o magistrado "não se contenta em ser juiz, quer ser popstar". "Ele deixa de ser magistrado para ser político travestido de juiz. Entende que a política fica em segundo plano, no primeiro fica sua vaidade e o poder Judiciário, que não foi eleito pela sociedade. Isso nos preocupa, porque é um atentado à democracia", afirmou.
Em despacho, o juiz Sergio Moro defendeu a legalidade da gravação da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de ela ter ocorrido depois da ordem judicial para interrupção das escutas telefônicas contra o petista.
Freitas participou, ao lado do presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, e do coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares), na tarde desta quinta-feira (17), de uma reunião com o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, para discutir os detalhes do ato desta sexta (18), a favor da presidente Dilma Rousseff. A manifestação deve ser marcada por críticas a Moro, que comanda as investigações da Operação Lava Jato em Curitiba.
Freitas criticou também a atuação do juiz Itagiba Catta Preta Neto, que determinou a suspensão do ato de nomeação do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil. "Itagiba conseguiu cinco minutos de fama. Temos juiz com vontade de ser ator da Globo, de ser expoente e aparecer na imprensa. Juiz é para julgar e tem que ter o princípio de apenas observar os autos. Juiz superstar não é juiz, é político travestido de juiz. Esse aí é mais um desses", afirmou.
O presidente do PT paulista, Emídio de Souza, afirmou que a divulgação da conversa entre Lula e Dilma abre caminho para um golpe. "A sociedade democrática funciona dentro de regras. Não tem essa de um juiz ou um presidente da República fazer o que quer. Ninguém faz o que quer. Ninguém age da própria cabeça", disse. Ele classificou o vazamento do áudio como "um ato criminoso". "Não tem amparo legal e uma agressão à Constituição.Esse tipo de coisa em uma democracia é inaceitável. Todos têm ter que respeitar regras e um juiz federal mais ainda.
Fonte: Bem Paraná / Folhepress, 18 de março de 2016; fetraconspar.org.br