Requião Filho assume liderança da oposição na AL e o líder governista na Casa, Luiz Cláudio Romanelli, cogita transferência para o PSB

 


O deputado estadual Requião Filho (PMDB) assumirá a liderança da oposição na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná a partir de 15 de fevereiro, em substituição a Tadeu Veneri (PT), que ocupa o posto desde o início de 2015. Anunciado ontem, o troca-troca deve aumentar ainda mais o racha no PMDB paranaense, uma vez que Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) é hoje quem representa os interesses da administração Beto Richa (PSDB) na Casa. O próprio líder governista, aliás, já admite a possibilidade de migrar para outra sigla, provavelmente o PSB, em breve. O PMDB possui atualmente oito membros na AL, sendo quatro de cada "lado". 

De acordo com Requião, o objetivo da mudança é permitir uma oxigenação. "Vou assumir esse papel para trabalhar com firmeza e seriedade, assim como tem feito o Tadeu no último ano. Nós prezamos muito a democracia interna. Tínhamos uma oposição de seis deputados, dois partidos, e optamos por fazer a troca para que a gente possa ir cada vez mais a fundo no trabalho de fiscalizar e apresentar bons projetos", afirmou. Com isso, Veneri passará a ocupar a vice-liderança da bancada. "Mas isso é praticamente um título. Nós defendemos o Estado com uma equipe e buscamos sempre o melhor. Infelizmente, o melhor para o Estado tem sido sempre combater o senhor Carlos Alberto Richa", completou o peemedebista 

Questionado sobre o embate particular com Romanelli, ele foi irônico. "Eu gostaria de saber qual nome do PMDB está na liderança do governo, porque se você conversar com a base, ele tem a legenda do PMDB ao lado do nome dele no painel, mas a base não se sente representada por ele. Eu acredito que o Romanelli representa aqui o governador Beto Richa na sua cota pessoal." O peemedebista negou ainda que o fato de tanto ele como o petista serem pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba possa atrapalhar o andamento das discussões. "São coisas bem diferentes. Temos a maturidade de conseguir dividir a defesa dos interesses do Paraná com a campanha eleitoral, que será curta, de 35 dias." 

Para o líder da base aliada, quem representa o PMDB estadual hoje é, de fato, a ala ligada ao senador Roberto Requião (PMDB), pai de Requião Filho. "Eu espero que ele consiga manter o equilíbrio que teve comigo o deputado Tadeu Veneri. Diálogo é feito entre pessoas que pensam de forma diferente. E aqui no parlamento nós temos que tentar conquistar sempre soluções que sejam favoráveis ao interesse público", opinou. 

Romanelli também contou que foi convidado oficialmente a se filiar no PSB, do deputado federal Luciano Ducci, aliado de Beto. "O PMDB foi meu único partido até hoje. Claro que eu tenho uma relação histórica com esse partido. Por outro lado, reconheço que nós temos tido posições de divergência aqui no Estado." 
A ideia, de acordo com ele, é esperar uma nova "janela" para troca, o que deve ocorrer em abril. "Antes de fazer uma mudança, vou exaurir a possibilidade de ficar no PMDB. O partido tem de interromper o processo que iniciou no ano passado de me hostilizar na estrutura partidária. Publicamente, as coisas até que se acalmaram um pouco. Mas os meus companheiros do interior e os diretórios municipais têm tido uma situação extremamente insustentável do ponto de vista político. Não é assim que se constrói partido. Partido é construído através de consensos, de decentralização. O mundo real da política está distante desta visão que muitas vezes se pretende ter do partido como um instrumento de prevalência de poder de um determinado grupo. Partido que não é plural acaba", criticou.


 

Fonte: Folha de Londrina, 04 de fevereiro de 2016fetraconspar.org.br