Em agosto, maior reserva do mundo perdeu US$ 93,9 bi, após dúvidas sobre a economia

DA REUTERS

As reservas de moeda estrangeira da China registraram a pior queda mensal em agosto, refletindo as tentativas de Pequim para frear a deterioração do yuan e estabilizar os mercados financeiros.

As reservas chinesas, as maiores do mundo, caíram US$ 93,9 bilhões no mês passado, para US$ 3,557 trilhões, segundo dados do Banco Central chinês divulgados nesta segunda-feira (7).

A queda fez analistas refletirem sobre quão sustentáveis são os esforços do país para amparar o yuan, já que investidores estão deixando a China devido aos temores de desaceleração econômica e às perspectivas de aumento nas taxas de juros dos EUA.

"A intervenção frequente irá queimar as reservas rapidamente e limitar a liquidez do mercado continental", disse Zhou Hao, economista do Commerzbank de Cingapura.

O yuan perdeu força no exterior após o BC chinês promover uma desvalorização recorde na taxa de câmbio de referência, no mês passado.

Em reunião do G-20 (grupo das maiores economias do mundo), que terminou neste final de semana em Ancara (Turquia), o presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan, disse que o yuan está perto de estabilizar e insistiu que não há razão para uma desvalorização persistente.

Segundo ele, a perda de valor do yuan faz parte do esforço para tornar a economia do país mais orientada pelo mercado, e não foi feita para incentivar as exportações. O yuan mais fraco tende a estimular as vendas externas, pois os produtos chineses ficam mais baratos no exterior.

O presidente do BC chinês também disse que o "processo de correção" nas Bolsas chinesas já quase terminou e previu "maior estabilidade" no mercado a partir de agora.

BOLSAS

Nesta segunda-feira, porém, o governo chinês anunciou mais uma medida para dificultar a especulação, apontada como uma das razões para a forte queda das Bolsas chinesas.

Para incentivar o investimento de longo prazo, a China irá isentar da cobrança de imposto de renda os dividendos pagos a detentores de ações por mais de um ano.

O governo também vai reduzir pela metade o imposto para quem mantiver as ações por um período entre um mês e um ano. Os investidores que ficarem com os papéis por menos de um mês irão pagar a alíquota cheia do imposto de renda sobre os dividendos.

As mudanças entram em vigor nesta terça (8).

Fonte: Folha de S.Paulo, 8 de setembro de 2015; fetraconspar.org.br