O Sescap-Ldr aponta soluções para equilibrar as finanças ainda em 2015
Mais da metade de 2015 já ficou pra trás. Pela frente, apenas cinco meses para ajustar as contas e encerrar o ano de forma positiva. Em meio à crise que assombra não só o País, mas também o mercado internacional, com juros altos e a carga tributária pesada, um grande labirinto está formado.
Uma pesquisa realizada desde 2005 pelo Banco Central do Brasil registrou que o maior percentual de endividamento das famílias brasileiras ocorreu em 2015. De acordo com esse levantamento, quase metade da renda familiar está comprometida com dívidas.
Outras pesquisas apontam que 50% das compras são por impulso, principalmente quando o assunto é alimentação e moda. Nos momentos de crise e com a chegada do fim do ano, a reação das pessoas é mais perigosa, muitos correm para gastar. É o denominado sistema de compensação.
"O Natal mexe com o emocional. É comum escutarmos frases: ‘Trabalhei o ano todo, eu mereço comprar’. Claro que merece, porém o problema é encarar o que pode estourar depois", ressalta o consultor de finanças pessoais, empresariais e diretor da PUC-PR - Campus Londrina, Charles Vezozzo .
A primeira dica é colocar a situação financeira no papel, todas as receitas e despesas. Inclusive o cafezinho após o almoço e o salão de cabeleireiro. Fazer um diagnóstico. Constatado o endividamento, o segundo passo é traçar estratégias para lidar com a situação. Para isso, o planejamento mensal é primordial.
Conhecer o perfil da dívida é fundamental, pois existem aquelas mais caras com juros bancários, por exemplo, e as mais baratas. No caso, o conselho é se livrar primeiro das mais caras. "No Brasil temos um veneno nefasto chamado juro de cheque especial. Ele endivida muita gente, é traiçoeiro, vira uma ‘bola de neve’. O juro é pesado principalmente quando se paga o mínimo e rola o restante, passando de 6,8% ao mês para 12%", explica o consultor de finanças.
Outro fenômeno brasileiro característico está ligado ao parcelamento das compras. Segundo o especialista, não tem problema parcelar as compras desde que caiba no bolso. O problema é assumir várias parcelas pequenas, pois na soma de todas essas parcelas aparecem as surpresas, ou melhor, o rombo.
Diferente do que muitos pensam, ganhar mais não significa que sua situação financeira será melhor. "De acordo com pesquisas, quando isso acontece, a curva de consumo desloca para cima e as pessoas passam a gastar mais. Por exemplo, se tinha um celular passa a ter dois ou outro mais caro", comenta o consultor.
Isso explica o fato de algumas pessoas com salários menores possuírem casa, carro e terem dinheiro guardado, enquanto outras com salários maiores estarem endividadas.
Com todos esses atributos, a saída, segundo os especialistas, é o planejamento. No caso de famílias, é essencial que o planejamento seja feito envolvendo todos os membros - pai, mãe e filhos - para que nenhuma informação fique desencontrada. É crucial que os filhos estejam conscientes da condição financeira da família, para não acontecer deles pedirem coisas que a família não tem condições de adquirir naquele momento.
O presidente do Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr), Jaime Cardozo, orienta que neste período de crise é necessário criar alguns hábitos que até então não estávamos acostumados. "A dica é registrar em planilha mensal todas as nossas despesas, estabelecer metas de gastos por itens, definir prazos para os nossos objetivos e, principalmente, envolver a família em todas as ações. Somente desta forma será possível sair deste momento sem grandes traumas", orienta.
Outra dica, segundo Vezozzo é usar antes de qualquer compra a regra dos "3 Ps" : Preciso disso agora? Posso pagar isso agora? Por que comprar isso agora?
Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr)
Fonte: Folha de Londrina, 03 de agosto de 2015; fetraconspar.org.br