A maior parte dos economistas consultados pelo AE Projeções espera que o Banco Central diminua o ritmo de alta da Selic na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom). A pouco mais de uma semana da decisão, o levantamento parcial do AE Projeções com 35 instituições apontou que 27 delas aguardam ajuste de 0,25 ponto porcentual para a taxa básica de juros, o que a levaria para 10,25% ao ano. Para as oito restantes, o colegiado deverá manter o ritmo de alta de 0,50 ponto, para 10,5% ao ano.
De acordo com a maioria dos economistas, o tom do BC na ata da reunião de novembro do Copom e no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em dezembro, dão a entender que a autoridade reduzirá a dose de aperto. Entre os maiores motivos para diminuição do ritmo, destaca-se a defasagem dos efeitos da política monetária sobre a inflação.
Para outra corrente ouvida pelo AE Projeções, está cada vez mais clara a possibilidade de término do ciclo de alta da Selic, mas a necessidade de o Banco Central trazer a inflação mais para perto do centro da meta de 4,5% pesa a favor da manutenção do aperto em forma de ajuste de 0,5 porcentual.
No dia da divulgação do RTI de dezembro, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse que o objetivo é levar a inflação para o centro da meta "o mais rápido possível".
Visões distintas. Na Quest Investimentos, o economista André Muller disse também que aguarda a taxa Selic em 10,25% no encontro de janeiro da diretoria do Banco Central. Para ele, a questão da defasagem dos efeitos da política econômica sobre a inflação será importante para a decisão da semana que vem.
"O Copom deu especial ênfase nos documentos mais recentes ao fato de que o mecanismo de transmissão da política monetária para os preços ocorre com defasagens e com impacto ainda incerto. Assim, parece haver a percepção entre os membros do comitê de que já é relevante o ajuste implementado desde abril, o que sugere a proximidade do fim do ciclo", avaliou Muller.
Pertencente à corrente dos analistas que projetam mais uma alta de 0,5 ponto porcentual para a Selic na primeira reunião do Copom do ano, a economista Marcela Rocha, da Claritas Administração de Recursos, afirmou que a postura recente do BC até pode indicar que o ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas, segundo ela, não ficou claro, principalmente no Relatório Trimestral de Inflação, que o ritmo será diminuído.
Fonte: Folha de Londrina, 08 de janeiro de 2014; fetraconspar.org.br