Apesar das aprovações de projetos pela Prefeitura de Londrina terem caído 42% neste ano na comparação com 2012, a indústria da construção civil deve crescer 5,5% em 2013. A estimativa é do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) e tem como base uma série de pesquisas feitas junto às construturas e aos fornecedores de insumos.
O indicador utilizado pelo sindicato para medir a performance do setor são as liberações da Prefeitura. Mas, conforme afirma o presidente do Sinduscon, Gerson Guariente, os números do ano passado estão "fora da curva" e não representam a realidade de 2012. De acordo com ele, o total de metros quadrados aprovados (2,6 milhões) está supervalorizado. Isso porque as construtoras anteciparam pedidos de licença na expectativa de que o novo plano diretor seria aprovado até o final do ano e que as regras para o setor fossem alteradas. Mas, até hoje, o plano diretor não foi aprovado.
"Não dá para medir o comportamento da construção civil na cidade comparando as liberações feitas neste ano (cerca de 1,5 milhão de metros quadrados) com as de 2012", afirma. Ele garante que as pesquisas do sindicato apontam crescimento de 5,5%, o que estaria dentro da média histórica.
O número de licenças liberadas para construção de casas com até 80 metros quadrados caiu de 958 para 840 de 2012 para 2013. As edificações comerciais saíram de 177 para 134. E os apartamentos caíram de 1.360 para 1.147. Todas as comparações são entre janeiro e outubro de 2012 e o mesmo período deste ano. Só houve crescimento na aprovação de projetos para casas com mais de 80 metros. Foram 1.239 no ano passado e 1.565 em 2013.
"O mercado se manteve aquecido", garante Guariente. Ele ressalta que o número de lançamentos no segundo semestre deste ano cresceu bastante depois de um período em que as construtoras pisaram no freio devido ao aumento da inflação.
O presidente do Sinduscon afirma estar bastante otimista quanto ao próximo ano, principalmente, se for aprovado o novo Plano Diretor. "Da mesma forma que muitas construtoras se anteciparam para aprovar projetos no ano passado, existem outras muitas que aguardam o novo plano para fazer seus lançamentos", afirma. O novo plano deverá liberar mais áreas para a construção civil na cidade. Uma delas é a região que fica atrás do campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL). "Ali poderemos ter uma nova Gleba Palhano no futuro", estima.
O novo plano também irá criar as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) destinadas à habitação popular. "Há quase 5 mil unidades do Minha Casa Minha Vida esperando a aprovação dessas zonas", conta. Outro fator capaz de influenciar o setor é o controle de preços. "Com o novo plano e a inflação dentro da meta, cresceremos 6% em 2014", estima.
Balanço
Depois de três anos, Gerson Guariente deixa a presidência do sindicato dia 31 de dezembro, quando será substituído por Osmar Ceolin Alves. Segundo Guariente, em sua gestão, o Sinduscon quase triplicou o número de filiados e duplicou a receita da entidade. "Além disso, criamos uma nova infraestrutura de atendimento ao associado", conta.
Fonte: Folha de Londrina, 12 de dezembro de 2013; fetraconspar.org.br