Em 2013 segmento se manteve estável no Estado; na capital, construção do metrô e revitalização de linha de ônibus mantêm perspectiva favorável
 

Theo Marques/25-12-2013

 

Em 2014, 53% dos empresários do setor pretendem aumentar o número de funcionários

 

O ano de 2013 representou uma nítida estabilização do setor da construção civil paranaense e para o ano que vem a perspectiva continua favorável, porém moderada. A avaliação é do presidente do Sinduscon-PR, Normando Antonio Baú, entidade sindical que representa esse segmento. Em entrevista coletiva, ontem, em Curitiba, ele disse que os empresários do setor estão apostando nas obras públicas como motor do setor para o ano que vem. No caso da capital, as principais obras são o metrô, a linha verde norte, a revitalização da linha de ônibus Inter 2, além das obras de mobilidade urbana para a Copa do Mudo.

 

Sondagem feita com 294 empresas do setor de construção civil do Paraná entre os dias 11 e 26 de novembro, mostram que o empresário está otimista. Cinquenta e três por cento dos dirigentes de empresas entrevistados pretendem aumentar o número de funcionários em 2014, enquanto 41% vai manter o mesmo número de colaboradores e 6% deve demitir empregados. A grande maioria das firmas associadas ao Sinduscon é de pequeno porte. A maioria também representa o segmento de prestação de serviços. 

‘’Uma surpresa agradável revelada pela pesquisa é que 67% das empresas têm a perspectiva de aumentar a atividade econômica em 2014. É um clima positivo, pois 70% das empresas têm expectativa de aumentar a sua capacidade econômica’’, comenta. 

Fazendo um balanço de 2013, Antonio Baú explicou que a taxa de crescimento do Valor Adicionado Bruto (VAB), o PIB da Construção, fechará o ano em torno de 2%. Para no ano que vem, a projeção do segmento é para um crescimento de 4% do VAB. Novamente, as obras públicas e o incremento de prestação de serviços devem puxar esse aumento de 100%. 

O anúncio da licitação para as obras do metrô de Curitiba, feito pela presidente Dilma Rousseff, recentemente, foi uma injeção de ânimo para o mercado. ‘’Se o metrô não acontecer, a previsão muda’’, reconhece o presidente do sindicato. 

Antonio Baú destaca o crescimento em financiamento imobiliário, que subiu de R$ 6 bilhões em 2003 para R$ 136 bilhões em 2013, em todo o Brasil. ‘’A construção civil é uma das locomotivas do nosso País. Essa locomotiva precisa de combustível e o combustível é o financiamento imobiliário’’, afirma. O número de unidades financiadas no Brasil passou de 980 mil em 2012 para pouco mais de um milhão em 2013. O presidente do Sinduscon-PR lembra que apesar do bom desempenho nos últimos anos, o crédito imobiliário ainda é inexpressivo no Brasil em comparação com outros países e perde para vizinhos como México e Chile. 

Quanto ao mercado de Curitiba, em 2013 foram concluídos 2,3 milhões de metros quadrados de área construída (21 mil unidades). Na capital paranaense, a área liberada para construção neste ano diminuiu 7% em relação a 2012. A valorização dos imóveis foi significativa na capital paranaense, pois de 2005 até agora o crescimento real do preço dos imóveis foi de 66%. Segundo o Sinduscon, os preços dos imóveis devem continuar a ter valorização nominais menores, ajustadas a um cenário de equilíbrio entre a oferta e a demanda. Os técnicos do sindicato acreditam que essa valorização deve ficar em torno de 10% nominal - com variações reais, descontada a inflação de 2% a 5%. 
 
 

 

 

 

Fonte: Folha de Londrina, 04 de dezembro de 2013; fetraconspar.org.br