Estimativa é que recuperação sentida neste segundo semestre amplie desempenho no ano que vem apesar de Copa e eleições


As vendas de materiais de construção fecharam o acumulado de janeiro a outubro com 4% de alta em relação ao mesmo período do ano passado, o que fez com que a previsão de comercialização para 2013 tenha alta de 4,5%, segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). O resultado está abaixo do que os lojistas do setor esperavam no início do ano, mas é considerado um bom desempenho e faz com que o órgão estime em 7,2% o crescimento para 2014. 


Quando comparada a setembro, a receita foi 3,2% maior no mês passado. Foram as lojas menores que tiveram o maior crescimento no período, com 8%, enquanto os grandes estabelecimentos venderam 1,1% a mais. No entanto, o desempenho geral foi estável em relação a outubro de 2012. 


O presidente da Anamaco, Cláudio Conz, diz que a ampliação do faturamento já está em 4,5% nos últimos 12 meses e que novembro e dezembro são sempre mais positivos para o setor. "As pessoas querem deixar a casa arrumada para as festas de fim de ano, querem celebrar a chegada do Natal e Ano Novo com a casa arrumada, a sala pintada, o banheiro reformado", afirma. Ele lembra que as vendas dos dois últimos meses de 2012 foram 6,3% superiores ao mesmo período de 2011. 


Conz cita também um estudo do Ibope, divulgado neste mês, que prevê o potencial de vendas de lojas de material de construção em R$ 119 bilhões para 2013. "Além disso, os números da Fundação Getulio Vargas (FGV) projetam vendas de R$ 84 bilhões. Esses dados também mantêm o nosso otimismo." 

Em Londrina, a proprietária do Depósito São Marcos, Luciney Souza, conta que espera fechar o ano na casa dos 4% de crescimento nas vendas, mas que, no início de 2013, a previsão era de chegar ao dobro. "Foi de mais ou menos 8% em 2012 sobre 2011 e esperávamos igualar esse percentual. Este ano começou fraco e cresceu depois, mas, diante de como está o mercado, é aceitável." 

Luciney acredita que o poder de compra da população teve crescimento, mas atingiu o auge. "Quando o governo amplia muito o limite de crédito, chega uma hora em que as pessoas ficam com a renda comprometida", afirma. Ela também culpa a inflação como causa do desaquecimento. 

Ano de Copa 

O presidente da Anamaco acredita em crescimento de 7,2% para 2014, mesmo com a realização da Copa do Mundo, período em que as vendas dão uma parada. "Estamos considerando um PIB de 3,5% para 2014 mesmo com alguns empecilhos, como o fato de que o setor terá menos dias para trabalhar por conta da Copa, além de ser um ano de eleições. Mas ainda assim, prevemos um crescimento de até 6% no primeiro semestre e de 8% no segundo." 

 

 

Fonte: Folha de Londrina, 06 de novembro de 2013fetraconspar.org.br