Reajuste foi de 38,4%; 16 cidades do Brasil integram a pesquisa.
Ademi-PR diz que pesquisa não reflete realidade e fala em 8,5% a 10%.
O índice FipeZap, que analisa mensalmente a variação do preço do metro quadro em 16 cidades brasileiras, divulgado nesta terça-feira (5), mostra que Curitiba liderou o reajuste no país. Nos últimos 12 meses, os imóveis ficaram 38,4% mais caros. A cidade também teve a maior valorização do ano: 33,2%. Em outubro, a variação foi de 3,50%, perdendo apenas para o reajuste verificado em Belo Horizonte. Já em setembro, a elevação foi de 3,8% - também a maior entre os locais pesquisados.
O FipeZap é medido a partir dos valores de imóveis usado e novos anunciados na internet. São analisados tanto os valores para venda quanto para locação. A Fipe considera apenas os anúncios de apartamentos e leva em conta a localização (bairro), o número de dormitórios e a área útil. A média nacional, conforme o índice, subiu 11,3% no acumulado do ano até outubro, chegando ao valor de R$ 7.143 o metro quadrado. O Leblon, bairro do Rio de Janeiro, tido como o mais caro do país, teve queda no preço do metro quadrado pelo segundo mês consecutivo e alcançou a média de R$ 21.866, em outubro, de acordo com o índice.
O presidente menciona que o fato do FipeZap ser medido a partir das informações colocadas na internet pode acarretar em alguma distorção. “Muitas vezes [eles] não fazem diferenciação do que é novo e do que é usado. A pessoa física faz um anúncio na internet, e o apartamento vale R$ 300 mil, porém, ela acha que vale R$ 400 mil e coloca R$ 400 mil”, exemplificou.Para o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), Gustavo Selig, esses últimos dados do FipeZap não refletem a realidade do mercado imobiliário da cidade. Segundo ele, houve um crescimento constante, nos últimos 12 meses, em torno de 8,5% a 10% nos imóveis novos e nos lançamentos. Um imóvel é considerado novo até nove meses após o lançamento pela construtora.
“O nosso mercado tem tido um crescimento sustentável. Isso é uma questão importante em Curitiba, que manteve o mercado comprador e aquecido. Não tem pico, como houve em outras capitais, de até 40% em um período curto. A média é de valorização anual de 14% a 16%, que acaba sendo uma valorização saudável para a cidade”, avaliou Selig.
Alguns fatores, como a facilidade para obtenção de crédito, tanto com o intermédio do governo federal pelo Minha Casa Minha Vida quanto via financiamentos diretos com bancos privados, aumentaram a demanda por moradias e elevaram os preços. Selig citou que houve uma espécie de estagnação de lançamentos em Curitiba entre 2003 e 2007. “É uma questão importante. Houve poucos lançamentos neste período, e existia uma demanda reprimida na cidade. Tudo isso fez com que ocorresse um aumento nas vendas e nos valores”.
O presidente disse também que as pessoas ainda tem a visão de querer morar perto do Centro. “Os terrenos vão ficando mais escassos e o custo é maior e faz com que haja o repasse do preço no valor do imóvel”, explicou. Ele destacou ainda o aumento nos custos de produção.
Apesar deste fatores, que interferiram no preço, de acordo com Selig, nos últimos seis meses, o estoque de imóveis novos e de lançamentos passou de 35% para 30%. “Isso mostra que tem compra de lançamento e novos. Se tem uma tendência de queda do estoque, existe uma tendência de manter essa valorização no mercado”, avaliou o presidente da Ademi-PR.
Fonte: G1, 06 de novembro de 2013; fetraconspar.org.br