Paralisação atinge Minas Gerais, Roraima, Mato Grosso e Sergipe.
Estatal informou nesta segunda que 99,65% do efetivo está trabalhando
Funcionários dos Correios fazem paralisação parcial pelo país em pelo menos quatro estados nesta segunda-feira (22): Minas Gerais, Roraima, Mato Grosso e Sergipe. A paralisação começou na quinta-feira (18) atingindo os quatro estados mais Rio de Janeiro, Tocantins e Rio Grande do Sul.
Na sexta-feira (19), uma assembleia de funcionários no Rio Grande do Sul decidiu suspender a paralisação. Os servidores, porém, seguem em estado de greve até quarta-feira (24), quando uma nova reunião definirá os futuros do movimento. No Rio de Janeiro, os funcionários encerraram a paralisação após acordo.
No Tocantins, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect-TO)confirmou nesta segunda-feira (22) o fim da greve no estado. A decisão foi tomada em uma assembleia realizada pela manhã em Palmas e Araguaína.
Os Correios informam que estão operando com normalidade em todo o Brasil. A empresa diz que o movimento de paralisação está restrito a algumas regiões dos estados, como no caso de Minas Gerais, que seria apenas a região da Grande Belo Horizonte.
Levantamento divulgado pela estatal no final desta segunda-feira (22) mostrava que 99,65% do efetivo estava trabalhando, índice apurado por meio de sistema eletrônico de presença. Do total de 5.199 carteiros que deveriam trabalhar nesta segunda-feira em Minas Gerais, Roraima, Mato Grosso e Sergipe, 288 não compareceram (5,54% do total).
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) informou nesta segunda-feira (22) que a reunião com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi remarcada de terça (23) para quarta-feira (24).
Reivindicações
Em Minas Gerais, os trabalhadores pedem reajuste de 29% no salário para todos os cargos; piso de R$ 3.079 - hoje o valor é de R$ 1.084, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG). Eles pedem ainda a entrega de correspondências no período da manhã; seis horas de jornada de trabalho para atendentes comerciais, hoje são oito; e luta contra a privatização e a terceirização na empresa.
Em Mato Grosso, os grevistas reivindicam aumento salarial e a realização de concurso público para o fim dos contratos temporários. Essa é a segunda vez neste ano que a categoria paralisa as atividades no estado, porém, da outra vez eles protestaram contra a terceirização do plano de saúde.
Em Sergipe, as reivindicações são revisão da área atendida por cada profissional, reajuste salarial de 8% de aumento real e outros 11,93% relativos a supostas perdas salariais do Plano Real, além de realização de concurso público para 500 carteiros.
Em Roraima, a justificativa da paralisação é a empresa propor a substituição da reposição da inflação salarial por uma gratificação de incentivo à produtividadede da empresa. Além disso, os carteiros reivindicam que a distribuição domiciliar seja realizada pela manhã e melhorias nas condições de trabalho, como a aquisição bicicleta novas e a contratação de mais carteiros.
Proposta da empresa
Os Correios oferecem aos trabalhadores reajuste de R$ 200 em forma de gratificação, a ser incorporada gradualmente, nos salários de quem recebe de R$ 1.084 a R$ 3.077,00. Para quem recebe acima de R$ 3.077,00, o reajuste é de 6,5% no salário base.
Segundo os Correios, o reajuste proposto representa aumento de cerca de 20% sobre o salário base de carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo e abrange cerca de 90% do efetivo da empresa. A proposta inclui ainda reajustedo vale-cesta, de R$ 158,45, passa para R$ 188,58, e três unidades extras de vale alimentação/refeição por mês, com valor de R$ 30,13 cada.
Fonte: G1, 23 de setembro de 2014; fetraconspar.org.br