Relatório do Banco Mundial sustenta que o Brasil precisa voltar sua atenção para uma agenda de reformas que dê atenção à formação de nossos jovens, calcada em competências que propiciem empregabilidade e produtividade. .

                

Antes, um adendo
 

Oportunos os esclarecimentos do prof. Emerson Costa Lemes, no ‘Espaço Aberto", da Folha de Londrina (15/3), acerca da Reforma da Previdência. Embora, pessoalmente, tenha ressalvas quanto às conclusões a que chega, certamente melhora o debate. 

O cenário...


As novas tecnologias adotadas pelas empresas, por contingência da própria sobrevivência no mercado, estão modificando rapidamente as competências demandadas pelos empregadores brasileiros a seus trabalhadores. 

... o problema ...


Apesar dos elevados gastos com educação e altos níveis de matrícula na escola, os jovens não estão adquirindo competências que os tornarão trabalhadores competitivos. 

... as causas...


O relatório aponta que parte do problema está nas próprias empresas que privilegiam a contratação de mão de obra não qualificada especialmente por terem uma percepção incorreta sobre o real retorno da educação. 

... e as consequências ...


O desemprego de jovens está particularmente alto no Brasil e tem aumentado desde 2013, ameaçando algumas conquistas sociais da década anterior. 
E a produtividade do trabalho no país continua baixa na comparação com a maioria dos países-membros da OCDE, significando desemprego e perda de renda. 

Três medidas para sair deste ciclo vicioso


O relatório sugere que seja elaborada uma agenda de competências e empregos voltada especialmente para o engajamento dos jovens. São elas: 
1) Foco nas competências laborais 
Apoiar a melhoria na trajetória de aprendizagem dos jovens, com um ensino moderno e de qualidade que privilegie as competências laborais em colaboração com o setor privado. 
2) Harmonia nas relações trabalhistas 
Aperfeiçoar as relações trabalhistas de maneira a serem menos antagônicas e que permitam reduzir os fatores de dissuasão ao investimento, pois é no investimento que está a garantia de oferta de trabalho. 
3) Melhor integração entre empresas e trabalhadores 
O Relatório também aponta a necessidade de dar apoio aos jovens que procuram emprego e melhorar o alinhamento entre empresas e trabalhadores por meio de modernos serviços de intermediação. 

Londrina não é diferente


Muito em linha com o panorama traçado pelo relatório do Banco Mundial quanto ao setor produtivo privilegiar a contratação de trabalhadores com baixa qualificação, percebe-se que a indústria de transformação em Londrina também é bastante reticente quando o assunto é contratar engenheiros para seu quadro funcional. 

Engenheiros versus produtividade


Para quebrar este estigma de que engenheiro é visto mais como custo que como investimento, o Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas da UTFPR-LD leva a cabo uma pesquisa que procura levantar se empresas que tenham engenheiros em seus quadros agregam mais valor a seus produtos que suas congêneres que privilegiam mão de obra com baixa formação.

                
O resultado, aqui nesta coluna. Marcos J. G. Rambalducci – economista e professor na UTFPR. Escreve às segundas-feiras.

por Marcos Rambalducci

              

Fonte: Folha de Londrina, 19 de março de 2018