O preço da cesta básica em Londrina aumentou 6,65% em agosto sobre julho puxado pela alta da carne e do tomate, mas a variação do pacote de produtos ainda está em 0,68% no acumulado deste ano. Segundo a pesquisa divulgada ontem pelo economista Flávio Oliveira dos Santos, professor da Faculdade Pitágoras, o cenário é de estabilidade, com preocupação sobre como a alta do dólar e as geadas vão refletir sobre os custos nos próximos meses. 


A cesta para uma pessoa passou de R$ 245,18 em julho para R$ 261,48 em agosto e, para uma família com dois adultos e duas crianças, de R$ 735,55 para R$ 784,45. O coordenador da pesquisa, afirma que é comum ocorrer alta nos preços depois de sucessivas quedas, como ocorreu em julho (-4,54%) e em junho (-9,33%). Ainda, ele diz que o último levantamento foi feito em uma segunda-feira e pode ter gerado distorções, porque é um dia em que supermercados quase não fazem ofertas. 

Para os próximos meses, o coordenador da pesquisa acredita que o consumidor sinta a valorização do dólar sobre o real, que deve ter impacto sobre a farinha de trigo e o pão francês. Ele conta também que os preços da carne e do leite devem ser elevados. 

Com o custo do quilo de colchão mole entre 

R$ 13,99 e R$ 19,99, o produto sofreu alta de 14,66% em agosto sobre o mês anterior. A carne tem peso de 40% no valor da cesta básica, conforme a pesquisa, e teve a terceira maior variação em agosto, atrás da margarina, de 27,85%, e do tomate, de 17,65%. "É possível substituir o produto por frango ou peixe, que estão com preços bem melhores do que a carne bovina", diz o pesquisador. 


Ex-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná, o economista Eugenio Stefanelo afirma que a geada foi responsável pela inflação sobre o tomate e os derivados de trigo. Ele conta que cotação do dólar também influenciou os preços das carnes de aves e suínos porque os produtores começaram a ter melhores margens de lucro nas exportações e passaram a reservar produtos. "Mas os preços não estão fora do patamar em que deveriam ficar", diz. 

Para Stefanelo, no entanto, não deve ocorrer grande variação no valor do pacote de produtos nos próximos meses. "Teremos aumento na área plantada de cereais, de feijão, de soja, teremos o início da safra de trigo que começará no País, então o preço da cesta tende a ficar estável." 

Porém, ele lembra que nem sempre o valor na etiqueta é justo. "Sou obrigado a dizer que alguns aumentos nos preços de pães, massas e bolos foram superiores ao que deveriam ser pela alta do trigo, então houve casos de aumento da margem de lucro." 

A pesquisa da Pitágoras foi feita anteontem em 10 supermercados de Londrina. Houve alta nos preços da cesta em seis deles em relação ao mês anterior.

 

Fonte: Folha de Londrina, 04 de setembro de 2013; fetraconspar.org.br