É o que aponta pesquisa da Fecomércio-PR feita junto ao comércio varejista, serviços e turismo de Curitiba
Uma sondagem realizada pela Fecomércio-PR apontou que apenas 25% dos empresários dos segmentos de comércio varejista, serviços e turismo de Curitiba acreditam que a Copa do Mundo trará impactos positivos no faturamento. O percentual de empresas que investiu no estabelecimento para o evento foi de 28%. Destes, 53% apostaram na modernização visual, propaganda e marketing. Melhorias nas instalações e equipamentos foram a escolha de outros 27%, a capacitação de funcionários foi realizada por 18% e apenas 2% optaram por aumentar o quadro de funcionários.
Entre os setores analisados, o varejo é o que menos se vê beneficiado pela Copa do Mundo, com apenas 17% de respostas positivas. O restante (83%) acredita que a realização dos jogos em Curitiba será indiferente para seus negócios. No setor de serviços, os percentuais não foram muito diferentes, 23% têm expectativas positivas. Já 88% dos empresários do turismo acreditam que o evento vai elevar o faturamento.
De acordo com a Fecomércio, a expectativa que foi criada em relação ao desempenho da economia em diversos setores para a Copa levou muitos estabelecimentos a se prepararem para atender o movimento de clientes. Isso envolveu modernização ou ampliação de instalações, qualificação e contratação de funcionários. No entanto, com a chegada do mundial, a visão dos empresários está aquém do esperado.
Ainda segundo a entidade, há um clima de pessimismo no País, dificuldades e restrições em função das taxas de juros crescentes, da inflação, do desempenho tímido do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre, da redução na produção industrial e da queda nas vendas em setores importantes do varejo. "O momento econômico que o País vive tem que ser levado em consideração. O ambiente macroeconômico tem sua influência no pessimismo do comércio", disse o diretor de planejamento e gestão da Fecomércio, Dieter Lengning.
Ele disse que o turista que vem a Curitiba compra mais produtos típicos que influenciam determinadas áreas do comércio. Em relação ao volume de contratações, ele disse que o momento econômico também não está tão favorável para comércio e serviços, e mais para o turismo. Ele acredita que apenas os segmentos do comércio e serviços que têm viés ligado à Copa é que vão se beneficiar. Segundo ele, ainda não há como fazer previsão de aumento de vendas com a competição mundial.
O comércio varejista foi o setor menos empolgado com a Copa. Entre os varejistas, 22% realizaram investimentos. Apesar de um pouco mais otimistas, somente 21% das empresas prestadoras de serviços se prepararam para o fluxo de negócios que podem ser gerados no período dos jogos.
Já os empresários de turismo acreditam que serão os grandes beneficiados com a Copa do Mundo e 94% dos gestores de hotéis e agências de viagens afirmaram ter se preparado para receber os turistas. A sondagem da Fecomércio ouviu 200 empresas de Curitiba durante o mês de maio.
O proprietário do restaurante espanhol Pata Negra, Carlos Lobo Aichinger, é um dos empresários que fizeram investimentos para a Copa. Ele instalou um novo mobiliário na parte externa, contratou dois funcionários bilíngues, comprou novos equipamentos de cozinha e bar, televisões e decorou o restaurante com bandeiras.
"Desde o último domingo estou mais otimista porque já recebi turistas espanhóis, israelenses e australianos", contou. Para ele, o maior retorno do investimento será em divulgação da marca. Aichinger também vai fazer uma cortesia para os turistas oferecendo camisetas e taças. Ele contou que está se preparando para a Copa desde o mês de março.